Conforme previu a maioria dos analistas do mercado econômico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira (20) um corte na taxa Selic de 0,5%, a taxa básica de juros — reduzindo, assim, o percentual para 12,75% ao ano. A decisão foi anunciada por volta das 18h30.
Para o economista Renan Silva, um dos especialistas que “previram” o corte, a notícia é boa porque traz, como consequência, a possibilidade de crescimento para o país. “Nós entendemos que o custo do capital para as empresas sofra uma redução. Também o crédito ao consumidor deve ficar mais barato, o que se traduz em maior consumo, melhor atividade econômica e, consequentemente, melhoria do emprego e renda”, prevê o professor de Economia do Ibmec Brasilia. “O que leva a crer que realmente esse ano o país deve crescer bem além das expectativas projetadas no início de 2023, que era em torno de 0,5%”, avalia.
Segundo o especialista, atualmente os mesmos agentes de mercado que haviam previsto um crescimento para o Brasil de apenas 0,5% “acreditam que o país possa crescer algo em torno de 3,2% ao ano, na medida que a redução da taxa Selic até o final do ano se concretize”. Ele explica que, mesmo com as incertezas relacionadas ao comportamento da taxa de juros nos Estados Unidos, e apesar da pressão inflacionária advinda dos países da zona do euro, “é consenso entre os agentes do mercado financeiro de que o Copom deveria promover o corte [de meio por cento] na taxa Selic”, enfatiza..
Entenda a Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central responsável por definir os juros básicos (Selic). As reuniões do órgão são sempre esperadas com muita expectativa pelo mercado financeiro. O colegiado se reúne a cada 45 dias, quando os integrantes do grupo decidem se vão diminuir, aumentar ou manter a Selic — que é a o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.
Portanto, a taxa de juros Selic influencia todas as taxas de juros do país, como as dos empréstimos bancários, dos financiamentos de produtos comprados pelos consumidores e, também, as taxas de juros executadas nas aplicações financeiras.