O Código de Hamurabi, na Babilônia de há quase 4.000 anos, já previa uma espécie de seguro, de risco contratualmente compartilhado entre mercadores durante as perigosas viagens e caravanas, o que tornava o comércio mais seguro e previsível, uma vez que os custos relacionados a danos ou perdas eram divididos igualmente entre os comerciantes que os transportavam. Foi o primeiro sistema de seguros registrado pela história.
No início da expansão do mercantilismo, o seguro aparece pela primeira vez na Europa em 1347, quando foi elaborada a primeira apólice de seguros conhecida, envolvendo o risco das embarcações no comércio marinho. Com as grandes navegações e o crescimento do comércio, o seguro foi evoluindo e novas modalidades foram surgindo, abrindo um novo mercado, das companhias seguradoras. A primeira e mais famosa delas, a Lloyds de Londres, foi criada em 1696 por um dono de café (John Lloyd) onde se reuniam os agentes de seguros marítimos.
No Brasil, a primeira sociedade de seguros registrada foi a “Companhia de Seguros Boa Fé” com início de operação em fevereiro de 1808, quando a corte de Dom João chegava às terras brasileiras.
Partindo de um rateio simples dos riscos das viagens até as complexas operações para segurar ativos de risco e valor elevados, como plataformas de petróleo, fundamentalmente o princípio foi mantido, uma vez que dividindo o risco com mais pessoas, o custo para cada um é reduzido, e multiplicando os segurados, menor também o risco para a seguradora.
Mas, a matemática e os cálculos estatísticos e atuariais evoluíram muito, as bases de dados e os fatores que influenciam o risco multiplicaram-se, tornando-se imensas e impossíveis de manipular manualmente, e novas ferramentas – como computadores a cada dia mais poderosos – foram sendo introduzidos, até o surgimento dos recursos de inteligência artificial na última década.
O crescimento deste mercado, com valores bilionários sendo movimentados, atraiu também os operadores escusos, presentes em todo o setor financeiro, e a indústria de seguros é um dos segmentos da economia com mais problemas com fraudes, o que também a tornou uma das mais beneficiadas pelo uso de ferramentas de inteligência artificial.
Este foi um dos primeiros segmentos da economia a utilizar fortemente estatísticas e análise de dados para definição do grau de exposição a risco de cada espécie de seguro e de cada segurado, e o uso da IA pode automatizar e acelerar a análise mais individualizada das apólices e propiciar melhor atendimento dos clientes, de qualquer porte.
As empresas do setor podem utilizar essa tecnologia como ferramenta para analisar de forma inteligente e autônoma grandes volumes de dados, permitindo prever melhor os comportamentos futuros dos segurados e facilitando às seguradoras personalizar as recomendações de cobertura de seguro para melhor atender às necessidades individuais. Essas são algumas das consequências positivas que a tecnologia, quando usada em sua capacidade máxima, é capaz de proporcionar para os clientes. Já para as seguradoras, os benefícios somados são incalculáveis, a começar por uma melhor precificação do seguro pelo entendimento mais preciso dos riscos de cada contrato.
Por fim, só me resta te perguntar: você está aproveitando tudo o que a tecnologia pode proporcionar aos seus clientes?
*Fabricio Visibeli – Com mais de 20 anos de experiência, Fabricio atuou em diferentes áreas do setor de tecnologia, como bancos, consultoria, varejo e telecomunicações. O executivo respondeu por mais de dez anos à gestão de equipes e acumulou em sua recente experiência na Espanha, métodos de trabalho eficientes e modelos mundiais de gerenciamento de equipes. Com formação em Ciência da Computação na FEI, pós-graduação em gestão de projetos de TI na USP e especialização de liderança na inovação pelo MIT, Visibeli é sócio-diretor na CBYK, desenvolvedora de software e de soluções personalizadas de TI.
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