Se você achava que os games ainda eram uma diversão de nicho, espere até saber como as gerações mais jovens gastam seu tempo. Tanto no Brasil quanto no mundo, os jogos mobile são o passatempo preferido dos Millennials (nascidos entre 1981 e 1995) e da Geração Z (nascidos depois de 1995), segundo a pesquisa Generation Report da NewZoo. É isso mesmo, os jogos, agora, superam todas as outras formas de entretenimento (TV, cinema, música) como a escolha número um destas gerações.
Outra pesquisa da Nimo TV Brasil também destaca a difusão dessa tendência entre os brasileiros. Segundo levantamento realizado pelo popular serviço de streaming, 64% dos jogadores brasileiros passaram em média mais de duas horas por dia jogando durante o isolamento social. Além disso, este passatempo não para de crescer, conforme indica a última pesquisa DataReportal Digital Brazil 2023, que mostra que o brasileiro médio hoje passa uma hora e 17 minutos jogando por dia – um notável aumento de 10% em relação a 2022.
Preferências e comportamentos de jogo
Entre as gerações mais jovens que recorrem cada vez mais aos jogos para a sua dose diária de diversão, é interessante observar como a Geração Z e os Millennials preferem ter acesso à sua forma favorita de entretenimento. De acordo com a pesquisa NewZoo, 77% dos entrevistados da Geração Z disseram preferir jogar no celular, enquanto entre os Millennials o percentual é de 73%. Os brasileiros não estão apenas jogando mais jogos; eles também gostam particularmente de ver os outros jogarem. Impressionantes 81% dos entrevistados pelo levantamento mencionaram assistir a jogos competitivos, em comparação com a média global de 69%.
Logo, não é nenhuma surpresa que o Brasil detenha o título de maior mercado da América Latina, ostentando o maior número de jogadores e receitas de jogos para celular. Com a contribuição de 90 milhões de jogadores, o mercado brasileiro de games mobile gerou mais de US$1,0 bilhão em 2021. Além disso, impressionantes 38% de todos os jogos desenvolvidos no Brasil, entre 2020 e 2021, foram projetados principalmente para dispositivos móveis, conforme indicado pelos dados do 2022 Brazil Games da Abragames, Relatório da Indústria. Em termos de receitas de jogos para celular, o Brasil assume a liderança, seguido pelo México (que deverá gerar pouco menos de US$900 milhões), Argentina e Colômbia. O segmento móvel também é o setor de receita que mais cresce na América Latina, com previsão de atingir US$5,1 bilhões até 2024.
Embora seja evidente que um número crescente de jovens se envolvam tanto em jogar como em ver outros jogarem, a influência dos jogos vai além do mero entretenimento – ela altera a forma como os jovens interagem uns com os outros. Numa pesquisa recente realizada pela consultoria Deloitte, 40% da Geração Z e Millennials revelaram que se socializam mais em jogos do que no mundo físico. Já na pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, os brasileiros usam os jogos como meio de sentir senso de comunidade e interagir com outros jogadores, compartilhando experiências, opiniões e emoções com aqueles que possuem interesses e paixões semelhantes. Além disso, eles se envolvem em competição, cooperação e aprendizagem com seus pares. Os jogadores não apenas seguem seus streamers favoritos e assistem aos jogos ao vivo, mas também interagem com outros espectadores, tudo isso enquanto conversam com amigos e colegas de equipe.
Oportunidades para desenvolvedores de jogos
A Geração Z, e agora a Geração Alfa, parecem ser as mais conectadas até agora. Só no Brasil, os Alfas representam 17% da população, e quase duas em cada três crianças de 8 a 11 anos já possuem ou têm acesso a um smartphone. O Brasil tem cerca de 23 milhões de membros da Geração Z (pessoas entre 18 e 24 anos), aproximadamente 30% da população, e 98% deles estão conectados à internet por meio de um smartphone. De acordo com dados da Future Commerce, 55% da Geração Z usa smartphones mais de cinco horas por dia e 26% mais de dez horas por dia. Além disso, mais de 40% da Geração Z diz que prefere perder suas carteiras do que seus smartphones! O relatório de mobilidade da Ericsson 2019 projeta que o número de assinantes de smartphones na América Latina será de 690 milhões em 2024. E é este número crescente de usuários jovens e hiperconectados de smartphones que continuará a impulsionar o crescimento dos jogos móveis no Brasil nos próximos anos.
O momento é oportuno para construir jogos móveis para o Brasil devido ao rápido crescimento da sua base de usuários móveis e ao aumento da renda disponível, promovendo um ambiente favorável para investimentos em entretenimento. Além disso, os jogos têm uma relevância cultural significativa no Brasil, proporcionando uma excelente oportunidade para criar games que correspondam às preferências locais. A infraestrutura móvel melhorada e a conectividade em todo o país tornam o ambiente mais fácil para as pessoas acessarem e desfrutarem de games móveis. A população jovem, juntamente com a sua inclinação para os jogos, apresenta um grupo demográfico lucrativo para os desenvolvedores. Assim, estar à frente das tendências emergentes na indústria de jogos permite explorar novos interesses, contribuindo para o sucesso dos jogos mobile no mercado brasileiro. Além disso, a combinação de uma economia em crescimento, um potencial de mercado significativo e oportunidades de localização aumentam o apelo geral e o potencial de sucesso dos games para celular no Brasil.
Paavan Nanda é fundador da WinZO, plataforma líder global de jogos sociais e entretenimento interativo, com 150 milhões de usuários e um portfólio de mais de 100 jogos de habilidade
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