Descarbonização, transição energética e desafios tecnológicos e regulatórios. Esses foram alguns dos temas debatidos no Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono. O evento foi promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reuniu empresários, especialistas e autoridades em Dubai, em paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), para discutir estratégias para o desenvolvimento sustentável.
No encontro, a CNI formalizou parceria com quatro instituições para desenvolver estratégias conjuntas para participação integrada na COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. O acordo busca desenvolver uma agenda positiva entre os setores empresariais do Brasil e dos Estados Unidos, direcionada a uma economia de baixo carbono.
O presidente da entidade, Ricardo Alban, ressalta que o país enfrenta desafios como o Custo Brasil — dificuldades que atrapalham o crescimento econômico do país — e a falta de financiamento para o setor, mas acredita que a atuação conjunta entre governo e agentes privados vai contribuir para o desenvolvimento econômico, social e sustentável.
“Aproveitar esse momento onde o mundo está cobrando a indústria verde, o mundo está cobrando a sustentabilidade que o Brasil tem tantos bons exemplos para dar e que, infelizmente, o mundo não conhece. Vamos desmistificar isso juntos: setor industrial, setor privado, setor empresarial, junto com o governo, junto com todas as entidades que são atores principais para movimentar um novo momento, uma nova economia, um novo Brasil”, pontua.
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O papel estratégico da CNI nos debates internacionais ganhou maior relevância no início de dezembro de 2023, quando a entidade assumiu a presidência do B20, braço empresarial do G20 — grupo que reúne as principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo. Ricardo Alban destaca que a indústria brasileira reúne condições para liderar a baixa emissão de carbono e a sustentabilidade.
“Quando se fala indústria, você fala de médio e longo prazo e médio longo prazo requer planejamento. Planejamento requer políticas públicas para que a gente possa evoluir. O mundo inteiro está fazendo isso. Nos Estados Unidos, nós estamos na Europa, estamos vendo na própria China estão revisitando suas políticas industriais e esse é o momento de nós fazermos, para podermos alavancar e não ficar mais uma vez a reboque desse trem”, afirma.
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