A emissão de dióxido de carbono (CO2) associada à geração de energia elétrica no Brasil em 2023 foi a menor dos últimos 12 anos. Os dados constam do Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE), plataforma desenvolvida e mantida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para conferir transparência aos dados de emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil.
O fator médio anual em 2023 foi de 0,0385 toneladas de C02 por megawhatt-hora (tCO2/MWh). Na conversão, o número significa 38,5 kg de emissão de C02 a cada megawhatt-hora.
Anteriormente, o menor patamar havia sido registrado em 2011, quando o fator médio foi de 0,0292 tCO2/MWh. Nos anos de 2014, 2015 e 2021, o fator ultrapassou a marca de uma tonelada de emissão por megawhatt-hora. Os períodos coincidem com crises hídricas no Brasil, que requereram o acionamento de termelétricas operadas com combustíveis fósseis para manter o abastecimento de energia elétrica.
Para calcular o fator médio de emissões, é considerada a energia gerada para abastecer o Sistema Interligado Nacional (SIN), coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A energia elétrica gerada a partir da queima de combustíveis fósseis, como óleo e carvão mineral, são determinantes para a construção do fator.
Segundo informações do Ministério de Minas e Energia (MME), a entrada de fontes limpas de geração de energia elétrica no SIN e o cenário hídrico bastante favorável contribuíram para que o fator de emissão fosse menor. As usinas hidrelétricas representaram cerca de 70% de toda a geração verificada de energia elétrica (561.583 GWh, de janeiro a novembro de 2023), e a energia eólica representou 15% do referido total, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgados pelo MME. A pasta também informou que, em 2023, o Brasil expandiu a capacidade instalada de geração de energia elétrica em quase 20 gigawatts (GW), incluindo a geração distribuída, com destaque para a geração de fonte solar e fonte eólica, que representaram 69% e 25%, respectivamente, do total de expansão.
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 84,8% da matriz elétrica brasileira era renovável em 2022. Em 2023, segundo o ONS, o perfil de geração de energia renovável, somando-se hidrelétrica, solar e eólica, chegou a 88,5%. As térmicas ficaram com 9,3% e nuclear com 2,2%.
Os fatores médios de emissão associados à geração de energia são utilizados para efetuar os cálculos dos inventários de emissões, como os corporativos. É baseado nesses dados que instituições conseguem saber quanto estão emitindo de CO2 em relação à energia elétrica consumida, a partir do SIN.