São Paulo, Brasil – Os cibercriminosos estão roubando contas do WhatsApp associando um número a outro telefone e depois obtendo a senha de verificação que chega por SMS. A ESET, uma empresa líder em detecção proativa de ameaças, detalha como esse roubo é realizado e por que a autenticação em duas etapas é a melhor maneira de evitá-lo.
Os golpistas primeiro abrem o aplicativo em outro telefone com o número da vítima e, em seguida, tentam enganá-la usando técnicas de engenharia social para obter o código de verificação.
Mensagem do WhatsApp que a Guarda Civil espanhola publicou como exemplo de como tentam obter o código de verificação.
Uma vez que o obtém, acessam a conta e assumem o controle. Neste ponto, a única maneira de evitar o roubo é ter ativada a autenticação em duas etapas. Por isso, é recomendado ter essa opção ativada sempre.
Mensagem que chega à vítima assim que os golpistas registram e associam seu número de telefone a uma conta do WhatsApp em outro telefone.
Uma vez que já roubaram a conta, eles se comunicam em nome da vítima com seus contatos e realizam outros tipos de golpes, como solicitar dinheiro.
Cuide da sua conta com algumas dicas para prevenir ataques de sequestro de conta do WhatsApp:
Primeiro, desative a visualização prévia de mensagens SMS. Quando as pessoas usam a verificação em duas etapas (também conhecida como autenticação de dois fatores) sem um aplicativo de autenticação, elas tendem a receber códigos enviados por SMS, mas se esses códigos puderem ser vistos em uma tela bloqueada, não funcionam como uma camada adicional de segurança, se o usuário não estiver atento ao telefone.
Portanto, em segundo lugar, nunca se deve perder de vista o telefone ou dispositivo. Inúmeras pessoas adormecem no trem com seus telefones à vista ou até mesmo ao ir ao banheiro em restaurantes, deixam seus telefones rodeados por estranhos ou mesmo nos locais de trabalho.
Para alguns dispositivos móveis, também está disponível a opção de Passkeys, que substitui a chave de verificação por SMS pela impressão digital, reconhecimento facial ou pelo próprio PIN do celular.
Por fim, a melhor forma de proteger uma conta é ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp, pois é simples de configurar e evitará que esse ataque seja bem-sucedido. Abaixo, é mostrado o processo de como fazê-lo:
Com o aplicativo aberto, vá para Configurações/Conta/Verificação em duas etapas e clique em Ativar. Em seguida, insira um código de seis dígitos e memorize-o.
Configuração da verificação em duas etapas no WhatsApp.
A seguir, insira o endereço de e-mail como uma camada adicional de segurança. Por fim, será exibida a confirmação da verificação em duas etapas configurada no telefone, o que significa que será muito mais difícil para alguém sequestrar a conta ou transferir as mensagens para outro dispositivo.
Verificação em duas etapas do WhatsApp para prevenir o roubo de conta.
Uma vez configurada e como uma forma de ajudar a lembrar o número, ao abrir o WhatsApp, ocasionalmente e de forma aleatória, o aplicativo pedirá para inserir o PIN. Isso não acontecerá toda vez que abrir, então não deve ser um inconveniente.
“O roubo de contas do WhatsApp não é algo novo, na verdade, é um flagelo que está cada vez mais presente na América Latina. O exemplo do México é paradigmático: nos dois primeiros meses de 2024, o sequestro de contas do WhatsApp cresceu mais de 650% em comparação com os mesmos meses do ano anterior. Mas não é o único”, comenta Fabiana Ramirez, Pesquisadora de Segurança da Informação da ESET América Latina.
A seguir, a ESET revisa alguns exemplos específicos que ocorreram recentemente:
Na Colômbia, os golpistas enviavam mensagens através do WhatsApp, fingindo serem suporte técnico do aplicativo para obter o código de verificação de seis dígitos e roubar a conta. Se a pessoa enviasse esse código, o golpista poderia assumir o controle da conta e ter acesso aos contatos e a parte do histórico de conversas.
Na Argentina, durante a pandemia, usaram como pretexto os turnos de vacinação contra a Covid-19: foram registradas denúncias em que as pessoas alertavam serem contatadas por um telefone com a imagem do Ministério da Saúde da Província de Buenos Aires. Os golpistas solicitavam à vítima que enviasse um código de seis dígitos que receberia por SMS. Supostamente, esse código era para acessar o turno de vacinação, no entanto, trata-se do código que o WhatsApp envia para o número de telefone associado ao aplicativo para verificar que o verdadeiro proprietário da linha está tentando abrir uma conta do WhatsApp em um telefone.
Outro exemplo é o de Honduras, onde circulou uma fraude na qual ofereciam dólares a um preço inferior ao preço de venda autorizado pelo Banco Central do país. A mensagem, enviada por um número de telefone verdadeiro de algum conhecido que já havia sido hackeado anteriormente, tornava muito mais fácil cair na armadilha.
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