*Por Áurea Celeste Ribeiro, cientista de dados, CTO e cofundadora da Laila Health, e Diogo Catão, CEO da Dome Ventures
No Brasil, a utilização de dados não é uma prática recente no setor público. Há pelo menos 30 anos, o governo já faz uso de informações dos cidadãos, especialmente por meio de indicadores agregados como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Essa abordagem tem possibilitado uma compreensão mais ampla das necessidades das comunidades, resultando em políticas públicas mais eficazes. Com o advento da inteligência artificial, surge a oportunidade de avançar ainda mais, abordando questões de gênero, por exemplo, e integrando dados de indivíduos que anteriormente eram invisíveis aos olhos governamentais. Além disso, ganha-se mais poder de processamento e capacidade de decisão do gestor público, já que ele tem em suas mãos o maior número de dados processados e que melhor informam as necessidades da população .
Encontrar padrões e prevenir catástrofes
Por meio da análise de grandes conjuntos de informações com o auxílio da IA, é possível detectar tendências relacionadas a doenças na população e antecipar situações de risco, como enchentes. A integração de diferentes segmentos, por meio de iniciativas como as govtechs, também permite ações mais abrangentes e eficazes na prevenção de desastres naturais e na promoção da segurança da população.
Aumentar a eficiência operacional
A automação de tarefas repetitivas e a análise preditiva dos dados ajudam a melhorar a eficiência, reduzir custos e direcionar verbas de forma mais eficiente, proporcionando melhor aproveitamento dos recursos.
Ampliação da transparência e prestação de contas
Ao disponibilizar informações detalhadas sobre as ações governamentais e seus resultados, a população pode compreender melhor as políticas implementadas. Esse acesso não apenas oferece uma visão mais clara, mas também fortalece a confiança dos cidadãos na administração. Além disso, possibilita maior engajamento da sociedade civil, permitindo que as pessoas participem ativamente do processo democrático e fiscalizem as atividades de forma eficiente.
Personalização dos serviços
Com a tecnologia, é possível compreender as necessidades individuais dos cidadãos e adaptar os serviços de acordo com as demandas específicas. A personalização emerge como uma ferramenta que potencializa a eficiência das operações, resultando em uma experiência de usuário aprimorada e maior satisfação por parte dos indivíduos atendidos.
Aprimoramento da inclusão
Ao identificar grupos vulneráveis por meio de informações detalhadas, os gestores públicos podem desenvolver políticas direcionadas para garantir que todos tenham acesso igualitário a serviços e oportunidades. Essa abordagem visa reduzir disparidades sociais e econômicas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa.
*Áurea Celeste Ribeiro é CTO e cofundadora da Laila Health, startup de saúde que gerencia dados dos serviços de atenção básica de saúde, integrando-os a outras áreas da gestão. Além disso, ela é professora doutora na UEMA, engenheira de computação e cientista de dados. | Diogo Catão é CEO da Dome Ventures, uma Venture Builder GovTech que tem o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil. – E-mail: domeventures@nbpress.com.br.
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HERIKA MENDES GRACINDO COSTA
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