O novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) foi divulgado durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Brasília (DF), na última terça-feira, 30 de julho. Encomendado pelo Presidente da República, Luiz Ignácio Lula da Silva, ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), o documento visa posicionar o Brasil como referência mundial de eficiência e inovação no uso da IA aplicada ao setor público.
Pode-se pensar que com todas as discussões relativas ao tema ainda em andamento, a iniciativa seria algo desconexa ou confusa, mas a campanha elucida de maneira simples e objetiva as estratégias a serem aplicadas para benefício da sociedade e seus órgãos competentes. O slogan “IA para o bem de todos” é uma escolha acertada, com o documento contendo o porquê e qual o retorno deste investimento em IA para a população, promovendo inclusão e democratização. Aliás, essa aproximação com a população, é o ponto alto do plano.
Com um orçamento bilionário, que se divide entre os setores públicos e privados, o desafio é modular e executar modelos em projetos de curto prazo, a maioria tendo 2026 como data-limite. A partir daí, são mais de 30 ações voltadas para as áreas prioritárias do governo, como educação, saúde, meio ambiente, agricultura e inovação.
Muitas dessas ações já se encontram em andamento, algumas mais simples, como o incentivo ao uso do Conecta.gov.br, que trabalha com dados da população de maneira fácil e segura, a fim de que o cidadão não precise declarar com frequência informações já antes prestadas ao governo.
A polêmica mesmo se dá pelo “supercomputador” brasileiro, desenvolvido pela Dataprev, que promete ficar entre os cinco maiores do mundo. Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, que acompanhou o presidente Lula na abertura da conferência, comenta que o plano “tem ousadia e é viável a mesmo tempo”.
Mas o que seria o tal supercomputador?
Nada mais do que um armazenamento de dados e estratégias de administração pública em grande escala. O objetivo aqui é prover avanços na infraestrutura tecnológica a fim de trabalhar dados nacionais em virtude de pesquisas demográficas, que abordaram características culturais, sociais e linguísticas. O que de primeira apresenta um estado fantasioso de uma supermáquina/robô vilão de filme, é na verdade um material que visa promover projetos públicos com maior taxa de aceitabilidade.
Com um plano bem estruturado que aproxima recursos de IA à população de maneira clara e acessível, estamos dando um passo significativo no campo da inovação. Este movimento não só facilita a compreensão e a utilização dessas tecnologias avançadas, mas também se alinha com um dos pilares fundamentais do governo Lula: promover a inovação como motor de desenvolvimento social e econômico. Assim, ao integrar a inteligência artificial em diversas áreas da vida cotidiana, estamos preparando o terreno para um futuro mais eficiente e conectado, onde os benefícios da tecnologia são compartilhados e acessíveis para todos os cidadãos.
(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi, empresa de Inteligência Artificial do Grupo Stefanini, referência em soluções digitais.
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GABRIELA BRAGA
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