A introdução do Drex, versão digital do Real, é o novo passo que o Banco Central está prestes a realizar até o final do ano, com implementação em larga escala ao longo de 2025. Este novo formato de moeda, também conhecido como CBDC — Central Bank Digital Currency, ou Moeda Digital do Banco Central —, vem complementar o dinheiro físico e fortalecer as transações financeiras no ambiente digital.
Implementado pelo próprio Banco Central, que conta com parceria das principais instituições bancárias do país, o Drex pretende modernizar o sistema financeiro brasileiro, facilitar as transações digitais, reduzir custos operacionais e promover a inclusão financeira, alcançando aqueles que atualmente têm acesso limitado aos serviços bancários tradicionais.
Para o consumidor, o Drex trará transações mais rápidas, seguras e com custos reduzidos. Leonardo Amaral, co-CEO da multinacional brasileira FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que transforma a adoção de jornadas digitais em valor para o negócio, comenta que, a princípio, algumas das funcionalidades do Drex já são atendidas pelo próprio PIX. “No entanto, um dos seus principais atrativos são os contratos inteligentes baseados em blockchain integrados à sua estrutura. Esses contratos poderiam, teoricamente, ser executados em outras plataformas, mas o Drex oferece uma infraestrutura centralizada que facilita, traz segurança e democratiza a utilização pelo público geral”, explica o executivo.
Amaral continua: “A moeda digital terá o potencial de simplificar e desintermediar processos que exigem algumas camadas burocráticas. Para a compra e venda de um carro, por exemplo, por meio do Drex, será possível a criação de um contrato inteligente integrado ao sistema de registro de veículos, que automaticamente realiza a transferência da propriedade vinculada ao pagamento, removendo a necessidade de intermediários como bancos e despachantes e reduzindo custos e tempo envolvidos.. Esse exemplo ilustra que, por ser integrado diretamente aos sistemas financeiros existentes, os pagamentos poderão ser feitos de forma mais ágil, eliminando processos burocráticos e de intermediações tradicionais”.
Blockchain e contratos inteligentes
Implementado junto ao Drex, o Blockchain é a tecnologia que registra transações de forma segura, onde cada transação é armazenada em uma cadeia de blocos ligados criptograficamente. Isso assegura que as transações sejam auditáveis, resistentes a fraudes e facilmente verificáveis, garantindo alta transparência e rastreabilidade.
Os contratos inteligentes (ou smart contracts) são programas autoexecutáveis que operam na rede Blockchain. Eles são programados para executar automaticamente determinadas ações quando condições específicas são atendidas. “No contexto do Drex, os contratos inteligentes podem ser utilizados para automatizar processos financeiros, desde pagamentos até a assinatura de contratos complexos entre diferentes partes”, pontua Amaral.
Vantagens
Outro benefício é a segurança. Com o Drex, as transações serão mais seguras, graças ao uso da tecnologia blockchain, que oferece um alto nível de criptografia e transparência. Isso reduzirá o risco de fraudes e erros, protegendo tanto os clientes quanto as instituições financeiras.
A introdução do Drex também pode levar a uma redução nos custos operacionais dos bancos, o que, eventualmente, poderá se traduzir em taxas mais baixas para os clientes. A automação de processos e a eliminação de intermediários nas transações são fatores que vão contribuir para essa economia.
De modo geral, as instituições privadas enxergam o Drex como uma evolução positiva, embora com alguns desafios. “A nova moeda digital é vista como vantajosa por reduzir custos e aumentar a eficiência e segurança de transações financeiras, mas também traz a necessidade de significativos investimentos tecnológicos e educacionais, para ser eficientemente difundida e repetir o sucesso na adesão que o PIX teve por todo o público”, comenta o co-CEO.
Moedas digitais pelo mundo
Além do Brasil, outros países já estão apostando no conceito de CBDCs. O exemplo mais concreto é o da China, que está à frente com o yuan digital, utilizado em diversas transações. Nos Estados Unidos, o “Digital Dollar” está em fase de discussão, enquanto a Europa trabalha no desenvolvimento do “Euro Digital”. Esses modelos visam aumentar a eficiência e a segurança das transações financeiras.
Entre os países que já implementaram suas moedas digitais, estão:
Bahamas: o arquipélago caribenho foi o primeiro a lançar moeda digital no mundo, em 2020. Chamada de Sand Dollar, foi desenvolvida para facilitar transações digitais em uma nação composta por várias ilhas.
Nigéria: o país africano se lançou digitalmente no final de 2021 com o eNaira, no intuito de aumentar a inclusão financeira e facilitar pagamentos.
China: a China está em estágio avançado com o e-CNY (renminbi digital), já em uso em diversas regiões como parte de um programa piloto. A moeda tem sido amplamente testada e usada em eventos como os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.
Jamaica: a JAM-DEX foi lançada em 2022 como uma alternativa digital ao dólar jamaicano, visando melhorar a eficiência das transações e a inclusão financeira.
Rússia: o Banco Central da Rússia começou a implementação parcial do Rublo Digital em agosto de 2023. Atualmente, o governo faz testes para pagamentos internacionais.
Os que estudam ou se encontram em fase piloto, além do Brasil, estão:
União Europeia: O euro digital ainda está em fase de pesquisa para entender como ele poderá ser utilizado junto com o euro físico.
Estados Unidos: O Federal Reserve está estudando o dólar digital, mas ainda não há uma decisão definitiva sobre sua emissão. A ênfase está na avaliação de impactos econômicos e de privacidade.
Índia: no final de 2022 foi lançado um projeto piloto do Rupia Digital, que visa entender melhor a aceitação e os benefícios de uma moeda digital no mercado indiano.
Suécia: O e-krona está em desenvolvimento, com o Banco Central da Suécia (Riksbank) conduzindo projetos piloto para avaliar sua viabilidade.
Apesar do avanço tecnológico das instituições financeiras ao redor do mundo, a digitalização das moedas ainda caminha lentamente, especialmente em grandes economias como os Estados Unidos e os países da União Europeia. Nesse contexto, os progressos do Brasil tornam-se evidentes, destacando-se os recursos modernos disponibilizados pelo Banco Central e pelas instituições financeiras nacionais, que se mostram à frente em comparação aos gigantes globais.
Sobre a FCamara
A FCamara é um ecossistema de tecnologia e inovação que transforma adoção de jornadas digitais em valor para os negócios. Com mais de 17 anos de atuação, a multinacional brasileira tem operações na Europa e Reino Unido. Seu ecossistema contempla a orquestração de jornadas ponta a ponta e um conjunto de competências que permitem desenvolver iniciativas sem partir do zero, por meio de uma abordagem personalizada, flexível e centrada na cocriação das melhores estratégias de geração de valor. Com alta especialização em setores como varejo, saúde e mercado financeiro, suas soluções impulsionam a aceleração de receitas, elevam a eficiência operacional, ativam novas fontes de receita e criam projetos de impacto, contando com um núcleo de Inteligência Artificial (IA) que promove a adoção eficiente e integrada dessas tecnologias. A FCamara acumula diversos reconhecimentos importantes de mercado, evidenciando a robustez de seu ecossistema. Foi consagrada no Prêmio ISG Paragon Awards com o melhor case do ano com sua jornada de aceleração de vendas em canais digitais, é referência em Serviços e Consultoria em TI e Interoperabilidade na Saúde pelo Prêmio “Líderes da Saúde” e foi reconhecida ainda no Prêmio Banking Transformation por desenvolver o meio de pagamento mais inovador do ano em 2022. Saiba mais em www.fcamara.com.
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BEATRIZ PADILLA TEIXEIRA
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