*Renata Nilsson, CEO da PX Ativos Judiciais
A aplicação de Inteligência Artificial (IA) tem se mostrado uma poderosa ferramenta de inovação e de ganho de eficiência em diversos setores da economia. No âmbito dos ativos judiciais, a IA vem revolucionando a forma de avaliação, negociação e gestão nas empresas especializadas. Os principais proveitos têm sido observados em segurança e previsibilidade dos negócios, beneficiando diretamente investidores, advogados e gestores de fundos especializados.
Mas como, de fato, as ferramentas de IA vêm conseguindo influenciar nos resultados dos investimentos em ativos judiciais? O primeiro ponto de destaque é a utilização na avaliação, que há pouco tempo ainda necessitava de trabalho estritamente manual, demandando análise de documentos, leitura de jurisprudência e realização de cálculos. Todos esses procedimentos eram demorados e, sendo feitos exclusivamente por humanos, eram passíveis de erros.
Com a aplicação da inteligência artificial, essa fase pode ser automatizada, proporcionando mais velocidade nas análises, mesmo diante de um grande volume de informações, sem prejudicar a qualidade do trabalho e dos resultados obtidos.
Como se não bastasse, as novas tecnologias ainda permitem uma avaliação mais apurada sobre as probabilidades de êxito ou de perdas nos investimentos. Isso porque tornaram possível o cruzamento de um volume mais amplo de dados de diferentes setores que interferem nos resultados, não se limitando às questões judiciais.
As máquinas são ensinadas a avaliar também a conjuntura econômica e variados indicadores de mercado, como o perfil dos pagadores, padrões de pagamentos, entre outros, devolvendo os possíveis cenários e contribuindo para um grau maior de previsibilidade e segurança nas decisões dos investidores.
Essa melhoria constante nos procedimentos prévios à negociação tende a causar uma valorização dos ativos judiciais, já que torna possível a otimização dos investimentos e aumentam as chances de êxito. Assim, não é necessário ser um expert no assunto para prever que as empresas do setor continuarão a apostar alto no desenvolvimento e implementação dessas tecnologias.
O Brasil já é um país que investe pesado em tecnologia. Somente em 2023, foram mais de 50 bilhões de dólares, segundo dados do levantamento “Mercado Brasileiro de Software: Panorama e Tendências 2024”, da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) e consultoria IDC. No setor de IA, a mesma lógica deve prevalecer.
O uso da IA no ramo dos ativos judiciais cria um caminho benéfico e sem retorno, que indica a transformação do mercado em algo mais sofisticado e atrativo aos investidores. Em pouco tempo, o uso dessas ferramentas será indispensável para a competitividade das empresas, tirando do jogo os aventureiros e aqueles que buscam apenas retirar lucros, sem prezar pela modernização da atividade.
*Renata Nilsson, formada em Comunicação Social e Direito pela Universidade Anhembi Morumbi, com especialização em direito corporativo e compliance, acumula 11 anos de experiência na advocacia contenciosa e na estruturação de operações no mercado financeiro. Renata participou de diversas operações de M&A, contingenciamento de passivos judiciais e gestão e validação de créditos. Atualmente atua como consultora especializada de diversos fundos de investimentos (FIDCs) e plataformas de investimento, focados na aquisição de créditos judiciais, incluindo créditos judiciais trabalhistas, cíveis e precatórios como CEO e sócia da PX Ativos Judiciais.
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LETICIA SOUZA SENATTI
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