por Deivis Romeiro dos Santos, director Comercial da Nexcore by Selbetti
A Black Friday é um dos maiores eventos de compras do ano, proporcionando aos consumidores a oportunidade de adquirir produtos e serviços a preços promocionais. No Brasil, a data tem ganhado cada vez mais relevância, movimentando bilhões de reais e atraindo milhões de consumidores. Ainda que no ano passado o comércio brasileiro tenha sofrido retração – em 2023, o Brasil teve a sua segunda pior Black Friday da história – a expectativa é de um melhor desempenho para este ano.
De acordo com pesquisa realizada pelo Google e divulgada recentemente, ao menos 62% dos brasileiros pretendem fazer alguma compra – seja de produtos ou serviços. Ao menos 76% dos consumidores têm a intenção de comprar eletroeletrônicos; outros 59% estão interessados em moda, enquanto 44% vão buscar ofertas relacionadas à beleza e cuidados pessoais. Itens para casa estão na lista de 41% das pessoas que têm a intenção de aproveitar a Black Friday este ano.
E, assim como no seu país de origem, a Black Friday brasileira acontece muito mais no varejo online que no físico – mesmo que no ano passado o desempenho não tenha sido o esperado, o comércio online registrou uma alta de 15% no faturamento das vendas online em relação a 2022, com um tíquete médio de R$ 676 por cliente, de acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). Já o comércio físico registrou uma alta de apenas 4%, segundo a Fecomercio.
Diante desse cenário, é importante que os varejistas se preparem para atender o cliente online – com agilidade e qualidade, garantindo que a experiência na data não subtraia pontos da reputação da empresa frente ao consumidor.
CX pode ser fator-surpresa da Black Friday em 2024
Durante eventos de grande volume de compras como a Black Friday, a experiência do cliente (CX, na sigla em inglês) torna-se ainda mais crucial. Várias pesquisas apontam que uma boa experiência do cliente pode aumentar a lealdade, o valor da marca e, consequentemente, as vendas. O WhatsApp e o e-mail continuam sendo os canais preferidos dos consumidores para receber ofertas – bem como o Instagram, que é bem utilizado pelo varejo PME.
Outro canal que teve um enorme crescimento no Brasil é o RCS, ou o SMS do futuro, que teve um crescimento de 358% em todo o mundo. Com a tecnologia garantindo a segurança do SMS em sua origem, as mensagens de texto também podem ser aproveitadas para a veiculação de ofertas personalizadas.
No online, o mais importante é garantir que o consumidor tenha uma experiência ágil e omnichannel, não importa em que ponto esteja da jornada – ou qual o seu canal de origem. Isso significa dispor de canais de atendimento que funcionem com a mesma agilidade – não adianta ter um televendas se a fila de atendimento vai fazer com que o cliente desista da compra, ou um WhatsApp que não oferece as respostas no momento do contato. Por isso, é imprescindível reforçar e treinar a equipe durante o período da promoção – não de apenas um dia – mas que se estende até por duas semanas ou todo o mês de novembro – para garantir que a experiência do cliente não seja o motivo do abandono do carrinho.
Além do time, claro, oferecer opções de autoatendimento com chatbots e URAs inteligentes, que desafogam o atendimento humano, e oferecem resoluções rápidas para as dúvidas mais comuns dos clientes. Algumas empresas brasileiras, inclusive, ofereceram atendimento automatizado e humano 24×7 durante o período – afinal, há muitas ofertas e promoções que são veiculadas durante a madrugada.
A personalização também é uma estratégia que pode trazer mais conversões – com ofertas e recomendações criadas a partir do comportamento de navegação do consumidor e seu histórico de compras. Ferramentas de inteligência artificial conseguem proporcionar uma experiência de compra mais relevante e satisfatória para o consumidor, bem como disparar ofertas para os canais de comunicação com o cliente em momentos relevantes da sua jornada de compra.
Infraestrutura precisa estar pronta
É claro que ter um atendimento pronto para a demanda é um fator-chave desde que a infraestrutura e os processos logísticos não sejam um gargalo – caso contrário você vai oferecer ao seu cliente um excelente canal de reclamações. Por isso, garantir que a infraestrutura tecnológica atenda à demanda é um item essencial para garantir uma jornada de compra bem-sucedida.
Ainda dentro deste tema, é preciso reforçar a infraestrutura logística para que seja possível escoar a demanda do período – sem atrasos nos prazos prometidos, e com garantia de entrega mesmo em locais mais remotos. Capilaridade na entrega, e uma rede bem-distribuída devem garantir que não haja gargalos operacionais.
Por fim, a transparência de preços é essencial. Segundo o Google, a pesquisa sobre os itens desejados na Black Friday por parte dos consumidores começou em julho – ou seja, mais do que nunca clientes monitoram preços e descontos para saber se a loja realmente oferece uma boa oferta. Além disso, diversos sites também fazem o monitoramento de preços, reportando práticas de preços que não refletiam descontos reais.
É importante lembrar que a Black Friday não é apenas uma oportunidade de vendas, mas também uma chance de fortalecer o relacionamento com os clientes. Afinal, uma experiência de compra positiva é o verdadeiro fator-surpresa que pode transformar clientes ocasionais em compradores recorrentes.
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EMILIA BERTOLLI PATRIZI
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