A era digital trouxe avanços extraordinários, mas também um aumento sem precedentes nas ameaças cibernéticas. Em um mundo onde cada clique gera dados e cada sistema depende da conectividade, proteger informações sensíveis é tanto uma obrigação técnica quanto uma necessidade estratégica. Corporações e governos estão hoje diante de uma corrida contra cibercriminosos cada vez mais sofisticados, que exploram vulnerabilidades tecnológicas e humanas.
Ao mesmo tempo, a transformação digital em setores críticos, como saúde, transporte e manufatura, amplia o impacto de uma eventual falha de segurança. Um ataque malicioso pode interromper linhas de produção, comprometer serviços públicos e até colocar vidas em risco. A cibersegurança surge, então, como a base para a inovação segura e a continuidade dos negócios no ambiente online.
Com a expansão exponencial do tráfego de informações e a atualização das ameaças digitais, a postura reativa já não é suficiente. O relatório Official Cybercrime Report aponta que os danos globais do cibercrime deverão custar até US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025. Essa realidade demonstra a urgência de investir em soluções de segurança mais robustas.
Já uma pesquisa conduzida pela CITE Research, feita com tomadores de decisão e profissionais de segurança, informa que 47% dos entrevistados disseram que planejam diminuir o número de funcionários de segurança, ainda que 62% das companhias tenham relatado crescimento de incidentes de segurança por mês. Esse dado revela um paradoxo: enquanto as ameaças aumentam, os investimentos em segurança humana, em alguns casos, tendem a cair.
Nesse cenário, ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) emergem como protagonistas, oferecendo análise de padrões, detecção proativa de anomalias e monitoramento permanente em tempo real. Isso permite a identificação de ameaças inéditas, proporcionando uma dimensão de proteção que os modelos tradicionais não conseguem alcançar.
No entanto, segurança não é só uma questão de tecnologia. É fundamental uma cultura organizacional robusta, na qual todos – e não apenas o time de TI – estejam envolvidos na preservação e resguardo dos dados. Desde o treinamento de colaboradores até a implementação de controles, como autenticação multifatorial e políticas de acesso restrito, o engajamento coletivo se converte em essencial. Também é crucial adotar as melhores práticas para manter a segurança dos endpoints até a infraestrutura física, garantindo a proteção em todos os níveis da organização.
O uso de soluções como IA e machine learning transcende a barreira reativa. Elas fornecem insights relevantes sobre diferentes perfis de comportamento, possibilitando que empresas se antecipem às ameaças e adaptem rapidamente seus mecanismos e táticas de defesa. Com foco em cuidados com a divulgação de dados, essas ferramentas viabilizam constatar e neutralizar brechas antes que sejam aproveitadas por invasores. Essa habilidade de endereçar uma resposta dinâmica reduz riscos, assim como reforça a confiança em um contexto de crescimento intenso de dados e sistemas interconectados.
Companhias que unem inovação tecnológica com práticas efetivas e consistentes de segurança enfrentam os desafios intrínsecos de proteção, além de fortalecer sua competitividade. Investir em cibersegurança, portanto, é crer na reputação da empresa e na resiliência do negócio.
Em tempos de hiperconectividade e digitalização acelerada, a combinação de IA, aprendizado de máquina e uma abordagem integrada posiciona as organizações como agentes de um futuro mais seguro. Afinal, proteger dados é proteger o que nos torna humanos: a cooperação e a capacidade de evoluirmos juntos.
*Mauro Cesar de Souza é head dos Studios de Virtualization Technologies e Cibersegurança da Edge UOL
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TATIANA MOURA DE SOUZA
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