O ano ainda está começando e, como é comum no mundo da tecnologia, é a hora perfeita para as companhias projetarem seus próximos passos. 2025 promete intensificar movimentos que já observamos ao longo de 2024, colocando temas como a inteligência artificial generativa não mais como fator de diferenciação, mas como premissa indispensável para a competitividade.
Para ajudar as empresas no seu planejamento, Cristiano Oliveira, COO da TQI, mostra quatro apostas que devem se consolidar no âmbito da tecnologia para esse ano. Da inteligência artificial à sustentabilidade, essas tendências vão impactar desde as estratégias empresariais até a rotina de trabalho dos profissionais.
1. Governança com a IA
A Inteligência Artificial (IA) já é parte integrante de muitas companhias e deve continuar a aumentar seu protagonismo no próximo ano. Porém, além do trabalho massivo de automatizar tarefas exaustivamente, a ferramenta deve ter um papel cada vez mais eficiente na governança das empresas, isso porque já existem plataformas que gerenciam riscos éticos, legais e operacionais.
Ou seja, o recurso deve ser utilizado cada vez mais na aplicação de processos e monitoramento de temas sensíveis. Inclusive existe a expectativa de que, nos próximos anos, a utilização da IA reduza em até 40% os incidentes empresariais relacionados à falta de conformidade ética.
“No cenário corporativo atual, a análise preditiva feita por meio de dados históricos, machine learning e IA, é um dos pilares da governança corporativa. As empresas que têm uma abordagem baseada em dados conseguem fazer melhores previsões futuras para a tomada de decisões e, consequentemente, implementam operações mais responsáveis”, explica Oliveira.
2. Criptografia pós-quântica
Em filmes e obras de ficção científica é comum a utilização do termo “quântico” para se referir a avanços na tecnologia. No caso da cibersegurança, esse avanço é uma realidade cada vez mais presente. Assim, em um cenário em que a segurança cibernética é tema sensível, o avanço da criptografia quântica promete ser cada vez mais robusta e efetiva na defesa de dados sensíveis.
A chegada dos computadores quânticos representa uma ameaça real para a segurança digital como conhecemos. Isso porque esses sistemas podem quebrar rapidamente os métodos de criptografia que hoje protegem desde transações bancárias até comunicações governamentais. Para evitar esse cenário, especialistas trabalham em novas formas de proteção, conhecidas como criptografia pós-quântica, desenvolvidas para resistir ao poder dessas máquinas avançadas.
Além disso, a criptografia quântica surge como uma alternativa inovadora, usando princípios da física quântica para criar comunicações à prova de interceptação. Diferente dos métodos tradicionais, ela permite a transmissão segura de informações sem risco de serem decifradas por hackers, tornando-se uma aposta promissora para proteger dados no futuro.
3. Eficiência Energética
Com a sustentabilidade como palavra-chave, empresas da área de tecnologia devem investir em ferramentas que possibilitem uma atuação com menos impacto ambiental. Entre as alternativas para alcançar esse objetivo, vale mencionar os sistemas neuromórficos e ópticos – que imitam o funcionamento do cérebro e visão, respectivamente –, que foram estruturados para reduzir o consumo de energia e recursos nas atividades de inteligência artificial e simulações.
“Para ampliar a eficiência energética, também são tendências sistemas inteligentes de monitoramento de carbono, uso de energias renováveis e soluções de economia circular, que estarão cada vez mais presentes nas operações corporativas”, pontua.
O executivo destaca ainda que o desenvolvimento da DeepSeek, criado pela startup chinesa homônima, promete trazer benefícios ambientais. “O treinamento e operação de aplicações de IA tradicionais exigem grande quantidade de energia e água para resfriamento dos data centers, além de gerar poluição sonora e resíduos. Enquanto uma pergunta ao ChatGPT consome muitas vezes mais energia que uma busca no Google, o modelo da startup aparece com a promessa de trazer menor consumo energético e de recursos computacionais”, destaca.
4. Agentes de IA
Uma das maiores tendências previstas para 2025 é o avanço no uso de agentes de IA – programa de software que consegue interagir com seu ambiente, coletar dados e usá-los para realizar tarefas determinadas e atingir metas estabelecidas. Ou seja, as pessoas estabelecem objetivos, mas o agente de IA decide de forma independente as melhores ações para alcançar essas metas.
Em setores como logística, saúde e finanças, os agentes de IA estão já automatizando processos complexos, como a gestão da cadeia de suprimentos e análises financeiras.
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SAMARA ALCANTARA SOUZA
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