Com a oferta de soluções viáveis e ecológicas para diferentes setores que buscam reduzir seu impacto ambiental, o futuro da biotecnologia é cada vez mais promissor. O segmento tem crescimento significativo e contínuo, com mercado global de US$ 1,55 trilhão em 2024 e que deve atingir cerca de US$ 4,61 trilhões até 2034, segundo estudo publicado na Precedence Research.
“À medida que mais empresas adotam a biotecnologia, caminhamos para um futuro no qual a economia circular e regenerativa se torna uma realidade palpável. Essa transformação não só reduz o impacto ambiental que grandes indústrias geram ao planeta, mas também transforma os processos do setor, remodelando-os de maneira sustentável, o que abre novas oportunidades para negócios e produtos que respeitam o planeta”, destaca Antonio Carlos de Francisco, CEO da Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira, que transforma os resíduos agroindustriais em biotecidos sustentáveis de micélio, uma alternativa ao couro sintético e ao animal.
Nesse contexto, o CEO da Muush apresenta cinco tendências para 2025 que estão moldando o futuro da biotecnologia e prometem revolucionar diferentes setores, promovendo um desenvolvimento mais comprometido ecologicamente.
1. Biotecido
O uso de biotecidos já é uma realidade como alternativa ao couro animal e aos materiais sintéticos que terá ainda mais força em 2025. Por meio da biotecnologia, o micélio, parte vegetativa de um fungo composta por um conjunto de hifas (filamentos finos), é capaz de transformar resíduos disponíveis em tecido resistente e renovável com estruturas que imitam a textura do couro e do courino, que são amplamente utilizados para produção de materiais e peças nos setores da moda, automotivo, moveleiro, entre outros.
2. Fermentação de precisão
A fermentação de proteínas alternativas, como a de micélio, está transformando o setor alimentício. Enquanto a pecuária é uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa, devido ao metano liberado pelos animais e ao uso em grande escala dos recursos naturais, a fermentação com biotecnologia apresenta um impacto ambiental muito menor. Esse processo promove a sustentabilidade, economiza recursos e proporciona uma alternativa nutricional saudável.
3. Bioembalagens
A biotecnologia também chegou no setor de embalagens, promovendo uma revolução verde. O desenvolvimento de materiais biodegradáveis que se decompõem naturalmente e não geram resíduos tóxicos é uma tendência que se expande ano após ano, e não será diferente no próximo. A criação de embalagens a partir de recursos renováveis, como o próprio micélio e outros materiais orgânicos, deve ganhar ainda mais espaço no mercado como uma alternativa sustentável ao plástico.
4. Agricultura sustentável
É muito comum o uso em grande escala de água, solo e fertilizantes na agroindústria, o que resulta em impacto ao meio ambiente. No entanto, por meio de práticas mais sustentáveis e eficientes, a biotecnologia está viabilizando alternativas para minimizar esses efeitos. Para 2025, a tendência é que o setor invista mais em soluções biotecnológicas para reduzir o uso de agrotóxicos, recursos naturais e emissões de carbono, por exemplo. Com isso, promovendo mais sustentabilidade, além de atender às demandas dos consumidores por produtos de menor impacto ambiental.
5. Captura de carbono
Existem soluções biotecnológicas que estão sendo desenvolvidas para capturar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e transformar em produtos úteis, como materiais de construção e biocombustíveis. Essa prática permite, em diferentes negócios, a redução de maneira eficaz de suas emissões de CO2, contribuindo para o combate às mudanças climáticas e criando oportunidades de negócio sustentável.
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BEATRIZ CRISTINA ASSIS BRITO
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