por Rodrigo Costa, sócio-diretor & Head de Digital Business da Kron Digital
O Gartner espera que, até 2027, mais de 70% das empresas utilizem plataformas industriais em nuvem (ICPs) para acelerar as suas iniciativas de negócio, diante menos de 15% em 2023. A nuvem industrial, como é conhecida essa abordagem, não é nova, mas tem ganhado força atualmente. Um relatório da Allied Market Research prevê que o mercado para estas soluções ultrapassará os 350 bilhões de dólares até 2031.
Além de serem capazes de lidar com demandas muito específicas de setores altamente regulamentados, como serviços financeiros, manufatura e saúde, as nuvens industriais também podem acomodar recursos digitais avançados, como análises e algoritmos alimentados por IA, melhorar o monitoramento, a observabilidade e a operabilidade.
Convergindo aplicativos específicos do setor com os recursos técnicos da nuvem, o modelo permite que as equipes de TI implantem e gerenciem software especializado, ajudando a garantir que ele esteja alinhado aos objetivos do negócio. Também qualifica os líderes empresariais com uma compreensão mais profunda da tecnologia, assim como dos seus potenciais impactos e oportunidades.
As plataformas industriais são uma tendência emergente notável, oferecem soluções adaptáveis e relevantes, gerando valor agregado para as empresas. Os ICPs combinam os serviços de cloud computing como software (SaaS), plataforma (PaaS) e infraestrutura (IaaS), subjacentes com um conjunto de tecnologias e abordagens inovadoras. Sua abordagem modular e combinável, torna mais fácil para os parceiros fornecerem recursos de valor agregado por meio de mercados e lojas de aplicativos. Com vários fornecedores de software independentes e integradores de sistemas juntando-se aos fornecedores de nuvem, as plataformas da indústria agregam valor. Essa abordagem holística, mas modular, também torna possível levar de forma mais fácil e rápida inovações técnicas e comerciais de um setor para outro.
Os serviços de nuvem tradicionais não foram projetados pensando em setores altamente regulados, deixando empresas como serviços financeiros, saúde e manufatura construam suas próprias soluções e encontrem maneiras de garantir a conformidade.
Já o modelo industrial, ajuda a reduzir esses riscos e incentiva uma maior adoção da nuvem, fornecendo serviços especificamente projetados para atender às regulamentações e acomodar novos recursos, como processamento avançado de dados ou compatibilidade com IA e aprendizado de máquina. Ao abordar as preocupações de segurança do setor bancário e dos serviços financeiros, por exemplo, a abordagem industrial permite que as empresas utilizem mais aplicações na nuvem com mais confiança, abrindo novas oportunidades para a transformação digital.
A nuvem industrial também cria maiores oportunidades de conectividade e colaboração, incentivando as empresas a trabalharem juntas, enquanto compartilham aplicações e serviços para refinar ou criar soluções totalmente novas. As ofertas padronizadas significam que as empresas têm maior probabilidade de operar em níveis semelhantes: conforme as regulamentações, capazes de integrar novas tecnologias, e livres para explorar novas ferramentas para os seus desafios empresariais únicos. À medida que começam a desenvolver seus aplicativos por meio da nuvem industrial, eles podem monetizar esses aplicativos ou compartilhá-los com outras empresas para expandir seus recursos.
Em um mercado cada vez mais digital, uma estratégia forte em armazenamento online é fundamental para aproveitar ao máximo o processamento avançado de dados, a IA e outras tecnologias poderosas. Com ofertas verticalizadas e maior alinhamento dos objetivos de empreendimento e tecnologia, a nuvem industrial está ajudando até mesmo as empresas em setores regulamentados a ter a garantia necessária para adotar o modelo e se tornarem negócios nativos na nuvem.