Por Equipe Técnica da Systax
A Reforma Tributária é um tópico em destaque no mundo jurídico, gerando muita especulação e discussão. No entanto, sua implementação ainda carece de detalhes concretos que definam como afetará segmentos importantes da economia, gerando incerteza. Nesse contexto, é crucial entender as implicações práticas e os reflexos dessa reforma, especialmente no que se refere aos produtos da cesta básica.
A importância da cesta básica
Em meio a essa discussão, a cesta básica se destaca como uma preocupação fundamental para os contribuintes. Os produtos da cesta básica são uma parte incontestável da vida cotidiana das pessoas. De uma forma ou de outra, eles precisam chegar às casas da maioria da população, gerando um impacto significativo em toda a cadeia de comercialização. Como resultado, a questão tributária e financeira que os envolve é de grande magnitude.
Origem dos produtos da cesta básica
A cesta básica tem sua origem no Decreto-Lei Federal nº 399/1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil. Nesse decreto, uma lista de alimentos balanceados foi estabelecida, considerando a quantidade necessária para garantir a saúde dos trabalhadores. Essa lista, denominada “Cesta Básica”, é composta principalmente pelos seguintes produtos:
Carne
Leite
Feijão
Arroz
Farinha
Batata
Legumes (Tomate)
Pão francês
Café em pó
Frutas (banana)
Açúcar
Banha/óleo
Manteiga
A complexidade da tributação
Em 1994, foi publicado o Convênio ICMS 128, autorizando os Estados a concederem redução de base de cálculo para os produtos considerados da cesta básica, vigente até o momento. Todavia, o referido Convênio não especifica nenhum produto, justamente pela diversidade que existe entre as regiões do Brasil. Com isso, cada Estado definiu quais produtos devem ser considerados como cesta básica na sua região.
A tributação dos produtos da cesta básica é uma questão complexa devido à falta de uma definição clara de quais produtos devem ser considerados como essenciais. Cada estado tem sua própria interpretação, o que leva a diferenças substanciais na tributação dos mesmos produtos em todo o país. Por exemplo, o pão é um alimento diário em todo o Brasil, mas o seu status de cesta básica pode variar de um estado para outro.
A reforma tributária e seus desafios
A iminente Reforma Tributária levanta questões sobre a criação da “Cesta Básica Nacional de Alimentos” e como os produtos serão definidos nessa lista. Uma proposta da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) inclui produtos como carne, leite, pão, frutas, café, entre outros. Porém, essa lista é mais restrita do que as listas adotadas pelos estados, o que poderia excluir produtos atualmente beneficiados com alíquotas reduzidas.
Os desafios incluem:
A definição da cesta básica nacional
A uniformização tributária em todo o país
A necessidade de clarificar os critérios para inclusão de produtos
A complexidade das regras de transição
A criação de uma cesta básica nacional levanta questões sobre a uniformização tributária e a coerência em todo o país. As características de produtos, como tipos de carne, queijos ou massas, podem gerar debates sobre o que deve ser incluído. A complexidade da definição de produtos básicos também é exacerbada pela falta de clareza nas leis atuais.
Considerando essa iminente complexidade, bem como a possibilidade de que a Cesta Nacional seja demasiadamente estendida para muitos produtos, o relator, Senador Eduardo Braga propôs zerar impostos para alimentos considerados essenciais em todo o país e criar lista de “cestas básicas regionais”, observando a pluralidade e a cultura alimentar da população de cada região. Neste sentido, reduzirá em 60% o imposto sobre estes alimentos, mantendo alíquota zero para aqueles definidos na Cesta Nacional.
Importante salientar que a lista com os produtos que comporão a Cesta Nacional de Alimentos, bem como a relação com os produtos estendidos regionalmente serão objeto de edição de Lei Complementar. Caso ocorra a aprovação da Reforma Tributária ainda em 2023, a expectativa é de que este assunto passará a ser debatido e, posteriormente, regulamentado entre 2024 e 2025.
A Reforma Tributária é um desafio complexo e envolve muitos aspectos práticos e jurídicos. A definição dos produtos da cesta básica nacional e a uniformização das regras tributárias serão tarefas difíceis, com potencial para gerar debates e divergências. Além disso, a transição para o novo sistema tributário será um processo gradual que exigirá adaptações por parte das empresas e dos contribuintes.
Portanto, é essencial manter-se informado e acompanhar de perto a aprovação da Reforma Tributária, pois seu impacto na tributação da cesta básica e na economia como um todo será significativo.
Sobre a Systax
A Systax Sistemas Fiscais compartilha inteligência tributária para os negócios de seus clientes, juntos por menos esforços e tributação mais inteligente. Acompanha diariamente as mudanças da legislação tributária para garantir a atualização constante dos parâmetros fiscais nos diversos ERPs e outros sistemas. Também valida as informações tributárias que constam na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), permitindo a correta geração do SPED. Para tanto, mantém uma base de dados com mais de 25 milhões de regras fiscais estaduais e federais, abrangendo ICMS, ICMS-ST, PIS, COFINS e IPI. A Systax combina essas regras para gerar e monitorar mais de 3,5 bilhões de itens dos clientes, sistematizando a tributação de todos os segmentos econômicos nas 27 Unidades Federativas.
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