A tecnologia, especialmente a inteligência artificial (IA), tornou-se indispensável para as empresas que almejam cumprir os princípios ESG (ambiental, social e de governança). Ferramentas como machine learning e data science permitem a coleta e análise de grandes volumes de dados, oferecendo um suporte essencial para a formulação de metas sustentáveis, monitoramento de iniciativas ambientais e a promoção da inclusão social. De acordo com a Dra. Marcela Bocayuva, especialista em governança corporativa, “a tecnologia viabiliza a transformação digital das empresas, permitindo que elas alinhem suas operações com os valores da sustentabilidade e da responsabilidade social”.
A filosofia ESG propõe uma integração de valores que promovem a inclusão, garantindo que algoritmos e sistemas tecnológicos não reproduzam preconceitos contra grupos minoritários, como raça, gênero, orientação sexual e idade. Bocayuva destaca que “a tecnologia, quando usada corretamente, pode ser uma ferramenta de inclusão social, permitindo a criação de novos empregos, educação digital e ambientes de trabalho mais diversificados e acessíveis”. A digitalização dos processos também facilita a incorporação das empresas em cadeias globais de valor, aprimorando a eficiência e a produtividade.
Outro ponto abordado por Bocayuva é a importância de associar a inovação tecnológica com o compliance empresarial. Empresas que adotam práticas ESG aliadas à tecnologia não apenas garantem maior conformidade às regulações, mas também impulsionam sua eficiência e competitividade. Um estudo da CXO Sustainability Report 2022, revelou que 48% dos empresários brasileiros relataram prejuízos operacionais causados por desastres ambientais, destacando a importância de soluções sustentáveis para a gestão de riscos. “Integrar o ESG com inovação não só aprimora a gestão de riscos, mas fortalece a reputação da empresa e atrai investidores conscientes”, afirma Bocayuva.
De acordo com dados da Science Based Targets Initiative (SBTi), empresas que se comprometem com metas sustentáveis têm sua reputação melhorada e ganham maior confiança por parte dos investidores. O mesmo relatório ressalta que empresas brasileiras estão cada vez mais comprometidas com a sustentabilidade, sendo o setor industrial um dos que mais investe em práticas voltadas ao desenvolvimento sustentável, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), publicado pela Ibovespa, apontou que as empresas alinhadas com práticas sustentáveis obtiveram uma valorização de 29.473% em 2020, superando a valorização de 24.506% das empresas listadas na bolsa tradicional. “Esses dados são um reflexo de que as práticas ESG, quando bem implementadas, não são apenas boas para o meio ambiente e a sociedade, mas também proporcionam retorno financeiro expressivo”, conclui Bocayuva.
Empresas que adotam os princípios ESG tendem a se destacar no mercado, atraindo mais consumidores e investidores. Segundo uma pesquisa realizada pelo Sistema FIEP, 87% dos brasileiros preferem consumir produtos de marcas que demonstram um compromisso claro com questões ambientais e sustentáveis. “Isso mostra que os consumidores estão cada vez mais atentos e exigentes quanto à responsabilidade das empresas. Ter certificações ESG é sinônimo de credibilidade”, destaca a especialista.
Além disso, a adesão ao ESG permite o acesso a novas fontes de financiamento, como os greenbonds, que são títulos de dívida voltados para projetos que geram impacto positivo no meio ambiente. Outros benefícios incluem a retenção de talentos, a melhoria da imagem corporativa e a redução de riscos de corrupção e abusos nas relações trabalhistas.
A adoção das práticas ESG, potencializada pelo uso de tecnologias como a IA, é uma tendência irreversível no mercado corporativo. Empresas que integram essas práticas em suas operações aumentam sua competitividade, atraem investidores e consumidores mais conscientes, e garantem um futuro mais sustentável. Para a Dra. Marcela Bocayuva, “a tecnologia é uma aliada poderosa na construção de um mundo corporativo mais ético e inclusivo, e as empresas que a utilizarem de forma estratégica estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do futuro”.
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Andreia Souza Pereira
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