*Por Antônio Leite, sócio da Dome Ventures e da SOGO Tecnologia, e Vice-Presidente Executivo da AlfaGroup
Cada vez mais a gestão pública reconhece a importância de inovar em suas práticas para aprimorar a eficiência, transparência e qualidade dos serviços aos cidadãos. Essa implementação de mudanças pode se manifestar em diversas formas, desde a modernização de processos internos até a adoção de novas tecnologias e abordagens para resolver desafios sociais complexos.
A tendência crescente da inovação aberta, que envolve a colaboração com diferentes partes interessadas, como empresas, ONGs, academia e cidadãos, destaca a necessidade de as instituições buscarem soluções e ideias externas em vez de dependerem exclusivamente de recursos internos.
Transformações ao longo do tempo
As reformas administrativas do final do século 20 impulsionaram a incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no setor público, visando modernizar o trabalho e facilitar a interação com a sociedade. O desenvolvimento estratégico do governo eletrônico (e-gov) expandiu o acesso a informações e serviços on-line, transformando as relações entre governo, sociedade e fornecedores, bem como as operações internas. No Brasil, a recente implementação da Política Nacional de Modernização do Estado, respaldada pelo Decreto Nº 10.609, reflete o compromisso em promover uma gestão mais eficiente, transparente e centrada nas necessidades dos cidadãos.
Benefícios
As entidades governamentais podem aproveitar a vasta expertise e perspectivas de diferentes grupos. As empresas podem oferecer conhecimentos técnicos e recursos financeiros, as ONGs podem trazer insights sobre questões sociais e ambientais, a academia pode contribuir com pesquisas e análises especializadas e os cidadãos podem fornecer feedbacks valiosos sobre suas necessidades e preferências.
Desafios no caminho
A implementação da inovação aberta na esfera municipal, estadual ou federal enfrenta obstáculos como segurança de dados, proteção da propriedade intelectual e garantia de representatividade das partes interessadas, exigindo estratégias de gestão e governança adequadas. Apesar disso, representa uma abordagem promissora, permitindo que o governo se beneficie do conhecimento e dos recursos da iniciativa privada, por meio de parcerias, programas de incentivo à adoção de tecnologias emergentes como inteligência artificial, internet das coisas e blockchain, a fim de modernizar o trabalho e garantir eficiência e acessibilidade.
Uma possível resistência da administração pública às inovações de mercado pode levar a consequências graves, como obsolescência dos serviços públicos, insatisfação generalizada e aumento de custos operacionais. No contexto mais amplo, a falta de acompanhamento das inovações tecnológicas pode prejudicar a atratividade para investidores estrangeiros e empresas multinacionais, resultando em fuga de talentos e investimentos.
Portanto, a falta de uma política voltada para a modernização pode trazer consequências negativas, incluindo prestação de serviços menos eficiente, perda de competitividade e dificuldades econômicas. É crucial que os governos estejam abertos a novas ideias e sejam proativos na busca por soluções inovadoras. Trata-se de reconhecer que inovar envolve implementar mudanças significativas e, apesar de obstáculos específicos, é preciso promover o progresso para beneficiar a sociedade.
*Antônio Leite é executivo multidisciplinar sênior, com mais de 28 anos de experiência no mercado, especialmente em governo. Já liderou diretorias de multinacionais conquistando grandes expansões comerciais. Atualmente, além de sócio da Dome Ventures e da SOGO Tecnologia, é Head Comercial e Vice-Presidente Executivo da AlfaGroup. – E-mail: domeventures@nbpress.com.br
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HERIKA MENDES GRACINDO COSTA
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