A revolução tecnológica no setor de telecomunicações está em pleno andamento, e a conectividade 6G, ainda em desenvolvimento, promete um avanço extraordinário em relação às redes 5G que estão em consolidação global. No Brasil, onde o acesso à internet já alcança quase toda a população, o 6G pode ser fundamental para enfrentar desigualdades digitais e promover o desenvolvimento socioeconômico de forma mais inclusiva.
De acordo com o estudo “Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil”, conduzido pelo NIC.br, apenas 22% dos brasileiros com mais de 10 anos possuem uma conexão de qualidade satisfatória, avaliada por critérios como velocidade, estabilidade e qualidade. Apesar do crescimento no número de internautas, 33% da população permanece no nível mais baixo do índice de conectividade significativa (0 a 2 pontos), enquanto 24% alcançam o nível intermediário (3 a 4 pontos). Esses números ressaltam a necessidade de políticas públicas e iniciativas privadas que promovam acesso à internet de qualidade, especialmente em comunidades vulneráveis.
Nas últimas duas décadas, o Brasil experimentou um crescimento exponencial no número de internautas. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2024, os usuários de internet saltaram de 32 milhões, em 2005, para 141 milhões em 2024, cobrindo 86% da população urbana. Contudo, 29 milhões de brasileiros ainda vivem desconectados, destacando o desafio de inclusão digital, particularmente em áreas rurais. Esse cenário reforça a relevância de tecnologias mais avançadas, como o 6G, para uma conectividade eficiente e abrangente.
O 6G está sendo projetado para integrar tecnologias de ponta, como inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e redes de baixa latência. Com velocidades até 100 vezes superiores ao 5G, o 6G pode viabilizar avanços como cirurgias remotas precisas e sensores inteligentes na agricultura de precisão. Além disso, a eficiência no uso de espectro e redes sustentáveis poderá acelerar a democratização do acesso à internet.
Mais do que uma evolução tecnológica, o 6G representa uma transformação social, econômica e digital. Ainda que desafios significativos de inclusão digital persistam, essa nova tecnologia pode ser um divisor de águas, proporcionando oportunidades para um desenvolvimento mais equitativo e sustentável. Políticas públicas, esforços do setor privado e iniciativas da sociedade civil serão essenciais para garantir que essa revolução atinja todos os segmentos da população.
O futuro das telecomunicações está sendo moldado agora, e ele precisa ser mais do que rápido: deve ser inclusivo, sustentável e gerar um real impacto..
* Por Severino Sanches, CEO da Agora Distribuidora.
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MARIANA FONSECA GUERRA
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