O Índice de Confiança da Indústria (ICI) cedeu 0,5 pontos em agosto, para 91,4 pontos. Este é o pior resultado desde agosto de 2020 (89,8 pontos).
Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,5 ponto, para 92,4 pontos.
Houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem.
Para especialistas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual de taxa de juros elevada e alto endividamento das famílias.
Segundo eles, isto dificulta a recuperação da demanda e mantém as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo.
O resultado apresenta piora das avaliações sobre a situação atual, enquanto as expectativas em relação aos próximos meses se mantêm estáveis.
Acerca da situação atual da economia, o que mais influenciou a queda no mês foi a percepção dos empresários sobre a situação presente dos negócios.
Em menor proporção, o indicador que mede o nível atual de demanda também caiu.
Já o nível de estoque diminuiu levemente — o que é bom para a economia. Este resultado acontece após três sequências negativas. O nível de estoques está acima do esperado, ainda com os efeitos do lockdown que a economia sofreu.
Com relação às expectativas, há uma melhoria das perspectivas sobre a produção e para as contratações nos próximos três meses seguintes, mas um aumento do pessimismo em relação às perspectivas dos negócios num horizonte maior, de seis meses.
A tendência dos negócios para os próximos seis meses, após duas altas consecutivas, caiu.
Por outro lado, o indicador de produção prevista subiu, recuperando parte das perdas sofridas em julho. O indicador que mede as perspectivas sobre as contratações também cresceu e se mantém em patamar otimista.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria se manteve relativamente estável.
Para o segundo semestre, há a expectativa de um nível de atividade morno, porém com possíveis melhorias no mercado de trabalho na macroeconomia, o que pode influenciar positivamente o setor da indústria.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia, FGV IBRE.