O prazo do Programa Desenrola Brasil foi prorrogado até 31 de março de 2024. Os usuários com conta bronze no GOV.BR já podem acessar a plataforma de renegociação de dívidas do governo federal a partir desta terça-feira (11). O programa já ajudou mais de 10 milhões de brasileiros e abrange dívidas negativadas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostrou que, em novembro, 77,5% das famílias com renda até três salários mínimos estavam endividadas, uma redução em comparação a outubro (78,7%) e novembro de 2022 (80,2%).
Para famílias com renda entre três e cinco salários mínimos, o endividamento foi de 76,9%. Quanto à inadimplência, 36,6% das famílias com renda até três salários mínimos tinham débitos em atraso, enquanto na faixa de três a cinco salários mínimos, a taxa foi de 26%.
De acordo com o Censo Nacional do Programa Desenrola Brasil, a segunda fase do programa, iniciada em outubro, ofereceu descontos significativos, chegando a 98,6% do valor total da dívida.
Edval Landulfo, conselheiro suplente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), alerta as pessoas que conseguiram liquidar suas dívidas para terem cuidado e evitarem novas, principalmente diante das tentações de fim de ano.
“O risco de endividamento neste período é gigantesco. E aí você tem toda uma dificuldade para o início do ano, quando vem algumas festas, compromissos como compra de material escolar, IPTU, IPVA tem alguns impostos a pagar. Então, tem que ter essa cautela para que o nome não venha a ser negativado novamente”, explica.
Inadimplentes
De acordo com o Serasa, em outubro o Brasil registrou cerca de 72 milhões de pessoas inadimplentes — O que representa um aumento de 130 mil pessoas em comparação com o mês anterior.
A distribuição por faixa etária mostra que indivíduos entre 41 e 60 anos representam 34,9% dos inadimplentes, seguidos de perto por aqueles entre 26 e 40 anos, que compõem 34,5% do total. Já a parcela de inadimplentes com mais de 60 anos é de 18,4%.
Edísio Freire, consultor financeiro, destaca as amplas consequências da inadimplência, que vão desde problemas emocionais e familiares até dificuldades para obter crédito.
“Não poder ter acesso a nenhuma linha de crédito que seja verdadeiramente necessária no seu dia a dia, se precisar comprar um imovel, um veículo ou ter um financiamento, em alguns casos pode prejudicar coisas mais simples como ter um contrato com uma operadora de telefonia e internet, você pode ter seu crédito totalmente limitado, isso é ruim”, alerta.
O consultor orienta que, após quitar as dívidas, é preciso refletir sobre o período que ficou no vermelho e adotar algumas estratégias para não fazer novas dívidas, como o uso de planilhas, concentrar as compras em um único cartão e fazer reserva de emergência.
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