Todos os anos, comemora-se no dia 15 de março o Dia do Consumidor, inspirado num discurso do então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy. Décadas depois, diversas lojas aproveitam toda a semana da data para oferecer uma série de promoções nos mais variados produtos. A data é tratada como uma equivalente da Black Friday para o varejo no primeiro semestre – em 2024, foram mais de 600 milhões de reais movimentados no Brasil, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).
Porém, infelizmente, a grande quantidade de ofertas e interesse dos consumidores faz com que a data também seja marcada por uma série de golpes cibernéticos, de criminosos que buscam se aproveitar da ingenuidade ou descuido de potenciais vítimas. “Os golpistas utilizam gatilhos de urgência para induzir os compradores a promoções imperdíveis, que são na verdade disfarces para golpes que buscam, por exemplo, roubar números de cartão de crédito ou dados sensíveis salvos”, explica Luiz Ricardo Guimarães, gerente de cibersegurança da ISH Tecnologia, referência nacional em cibersegurança.
Um levantamento da ISH aponta que, em 2024, o mês de março teve cerca de 34 mil incidentes cibernéticos – valor superior à média mensal do ano, de 32 mil ataques. Além disso, a empresa revela que, somente nas semanas entre Black Friday e Natal, foram mais de 76 mil tentativas de ataques, o que reforça o interesse, também por parte dos criminosos, em datas importantes para o varejo no Brasil.
Tipos de ataques
Outro dado da companhia mostra que quase metade (47%) dos ataques bem-sucedidos contra empresas ou clientes no setor se originou do roubo de senhas, o que reforça a necessidade de utilizar credenciais mais fortes, ou formas mais seguras de autenticação por parte das companhias.
Guimarães também chama a atenção para o disparo de malwares e invasões a sistemas da web. “São ataques disparados de forma direcionada, que buscam acesso às redes corporativas de alvos pré-determinados, e que utilizam técnicas avançadas que dificultam a detecção de arquivos maliciosos nos sistemas”.
O especialista lista outros tipos de golpes aplicados durante o período de promoções, e os cuidados que os usuários precisam ter para fazer suas compras com mais segurança:
Promoções fraudulentas: os criminosos utilizam contas falsas para esgotar as promoções, e então compartilhar links por aplicativos como o WhatsApp, com descontos absurdos ou preços inflacionados;
Fraudes no pagamento: os ataques são divididos em dois: a utilização de cartões roubados para a realização de diversas compras online, ou golpes aplicados por meio do Pix, onde, via instalação de programas maliciosos, é possível alterar os dados do receptor do pagamento;
Ransomwares: após o roubo dos dados, a empresa ou usuário é notificado de que eles só serão devolvidos mediante o pagamento de uma quantia de resgate, havendo ainda a ameaça de vazamentos desses dados caso não seja feita a transferência do valor proposto;
Abuso de flash sales: os fraudadores utilizam robôs para comprar massivamente produtos, que se esgotam rapidamente. Depois, essas mesmas mercadorias são revendidas por eles, a preços inflacionados;
Transações e extratos bancários: é importante verificar se há cobranças indevidas. Em caso de suspeita de fraude, entrar em contato com o banco imediatamente;
Manter todos os dispositivos atualizados: as atualizações corrigem vulnerabilidades que podem ser exploradas por criminosos.;
Nunca salvar senhas no navegador: programas maliciosos podem ter fácil acesso a credenciais online. Um cofre ou gerenciador de senhas pode ser de grande ajuda nesses casos.
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Gabriel Chilio Jordão
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