Uma análise divulgada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que a evolução do agronegócio brasileiro ainda carece de políticas voltadas ao seguro rural. Segundo a entidade, o volume previsto para 2024 é de apenas R$ 1,06 bilhão. Porém, para cobrir uma área de aproximadamente 14 milhões de hectares, por exemplo, seriam necessários R$ 3 bilhões em recursos ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Na opinião do economista Aurélio Trancoso faltam investimento e senso de prioridade em um setor que contribui para o PIB brasileiro e ainda ajuda na recuperação do país.
“Se o empresário ele não vai buscar dinheiro no mercado mais barato, com crédito mais barato, e ele passa a não produzir o tanto que ele produzia para colocar no mercado imediatamente, ele acaba guardando. Isso aí pode gerar também desemprego. Então a falta de incentivo do governo para o agronegócio, corte de alguns programas que ajudavam principalmente o agricultor e o pecuarista, também prejudica a produção no Brasil”, avalia.
O diretor técnico da CNA Bruno Lucchi diz que o país não conseguiu evoluir com políticas públicas e programas de apoio ao produtor rural.
“Ao invés de a gente ter aporte, nós tivemos corte de 130 milhões, se discute agora um orçamento complementar de 500 milhões, ainda para esse final de ano. O problema é que boa parte dos produtores, sem a subvenção, eles não contrataram o seguro, porque a margem já caiu e o custo do seguro continua alto. A gente precisa ainda massificar bastante para reduzir esse custo. É uma preocupação que nós temos em função desses problemas do clima”, analisa.
Apesar disso, o Brasil tem registrado uma produção crescente de grãos, o que foi essencial para que mais um recorde nas exportações fosse atingido em 2023. Até outubro, foram exportados US$ 139,6 bilhões em produtos do setor. O resultado representa um salto de 3,0% na comparação com o mesmo período de 2022. A estimativa é de que este montante alcance cerca de US$ 164 bilhões.