O verbo “hackear” foi ao longo do tempo ganhando muitos significados e também uma conotação mais tecnológica, de devices, hardware e software. Porém, o HackTown como eu conheço, que acontece em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, no Vale da Eletrônica brasileiro, é um espaço de muita gente conectada, pensando em inovação sob diferentes tipos de óticas de pessoas, opiniões, idades e gerações. Um encontro com cerca de 30 mil pessoas, que sobem e descem os morros mineiros, cidade que reúne mais de 150 empresas de base tecnológica. É daí que quem vai para lá começa a entender o porquê este é o maior evento de inovação da América Latina.
Estive pelo segundo ano consecutivo no evento, com espaço de conteúdo com uma curadoria nossa e uma programação diversa em um local que é um convite para a inovação, na Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE FMC), a primeira Escola Técnica de Eletrônica da América Latina, fundada por uma mulher, Dona Sinhá Moreira. Cercado de muito verde e salas de aulas e auditório equipados, os contrastes logo se equilibram entre participar de uma palestra super atual sobre a ferramenta mais inovadora que identificou um novo modo de gerar algum benefício para a indústria e ao sair da porta se deparar com o jardim que abriga aulas de meditação ou de sabedoria popular dos povos originários. As salas de aulas, bares, restaurantes e praças são cenários dominados por inovação.
HackTown é um espaço para hackear pessoas, é um palco para convergir, divergir, agir em prol de um futuro possível e mais inovador. É um espaço de coragem para levar temas igualmente importantes e urgentes: diversidade, saúde mental, equidade, aquecimento global e alimentação global. Ali entendemos logo cedo que na mesma velocidade com que teremos o 6G, precisaremos ter os pés no chão e os olhares atentos para o futuro que chegou antes e se tornam urgentes questões sobre como vamos lidar com as várias gerações convivendo e trabalhando, pois pela primeira vez são 5 gerações convivendo juntas, como lidar com o calor que furou a fila do inverno diversas vezes neste ano e com tantos outros desafios.
Com o pano de fundo de Santa Rita do Sapucaí acaba ficando mais fácil lidar com tantos desafios, afinal o público vai com a mente aberta para ouvir, conhecer o diferente, andar pelas ruas em busca de conhecimento e se deparar com o novo. No HackTown, abrimos espaço para palestras sobre networking, oficina Drag, falamos de criatividade, de temas jurídicos, de conexão e solidão, de neurociência e sustentabilidade, de espiritualidade, de autoconhecimento. Todos os temas em pílulas, em boas doses de realismo e mostrando que inovar só é possível se nos abrirmos definitivamente para conhecer outras realidades diferentes das nossas e que esta convivência é um terreno fértil para a colaboração, cooperação e, por consequência, a inovação que tanto buscamos.
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LUCAS VOIGT
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