Apesar do notável crescimento do setor de tecnologia no Brasil — segmento que alcançou os R$ 707,7 bi em 2023, segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) —, as oportunidades de trabalho e desenvolvimento nessa área se mostram desiguais. Estados como Bahia, Pernambuco e Ceará, junto com o Distrito Federal, somam apenas 11% dos empregos em Software e Serviços no país, de acordo com o Panorama de Talentos em Tecnologia do Google for Startups; enquanto isso, São Paulo, sozinho, concentra 44%.
“Há um verdadeiro oceano azul de oportunidades a ser explorado fora do eixo Rio-São Paulo. As demais regiões têm capacidade de se tornarem pólos importantes para a tecnologia no país, cada uma à sua maneira. O Nordeste, por exemplo, promove inovação e competitividade ímpares nas áreas de saúde, educação, comércio e indústrias”, analisa André Cavalcanti, Regional Sales Manager da Unentel, distribuidora de soluções tecnológicas para companhias com sede em Salvador.
Segundo a Gartner, até 2024, 75% das empresas aumentarão o investimento em tecnologias, como nuvem, inteligência artificial, internet das coisas e blockchain. No entanto, a oferta de talentos em TI não acompanha essa demanda.
André acredita que, embora existam talentos capacitados, sua retenção depende dos investimentos empresariais destinados a manter esses profissionais nas suas regiões. Para ele, setores como gestão, governança, software, infraestrutura e educação têm grande potencial para se beneficiar do desenvolvimento tecnológico local.
“Profissionais precisam ser valorizados, caso contrário, o êxodo desses talentos para regiões onde há mais oportunidades continuará acontecendo. Se não houver uma educação de qualidade para transformar as pessoas em formadores de opinião e especialistas em tecnologia, capazes de falar com entusiasmo e profundidade, o mercado continuará a encarar a transformação digital como um custo, e não como um investimento lucrativo”, comenta o executivo.
Essa visão equivocada de que investir em TI é um gasto também é um desafio a ser superado. Para que o mercado cresça efetivamente, é necessário capacitar profissionais de TI que acreditem na importância da transformação digital e possam transmitir esse entusiasmo, ajudando empresas a se tornarem mais competitivas e aproveitarem os benefícios de novas tecnologias, como a inteligência artificial.
“O potencial econômico e a busca por inovação estão impulsionando a TI no Brasil inteiro, mas o crescimento mais igualitário desse mercado depende de um esforço em conjunto envolvendo setores público, privado, acadêmico e a sociedade. É urgente o comprometimento dos executivos e das grandes empresas para capitalizar o mercado com iniciativas focadas em explorar o vasto oceano azul de oportunidades que todas as regiões oferecem”, finaliza Cavalcanti.
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NATALIA SANTOS PEIXOTO
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