Por Adriano Rosa, diretor de serviços da Blend IT
Com a aproximação do fim do suporte ao SAP ECC após 2027, qualquer empresa que utilize o ERP para gestão da operação precisa, obrigatoriamente, levar essa estrutura para a nuvem – já migrada para o S/4HANA. É aí que entram os provedores em nuvem pública – que tem oferecido um pacote agressivo – e bastante tentador – de migração, com vários benefícios iniciais. Mas antes de escolher um fornecedor de serviços, outra questão se impõe: nuvem pública ou privada?
A escolha de migrar para S/4HANA em uma plataforma de nuvem pública ou optar por uma solução privada requer uma compreensão das implicações de cada escolha. Tentaremos abordar esse tema aqui de maneira mais objetiva possível, fornecendo elementos que possam ajudar a sua empresa na tomada de decisão.
Nuvem pública: foco na redução de custos
É notório que, de olho nesse mercado, a oferta de gigantes do setor como AWS, Google Cloud e Microsoft Azure apresentam uma série de vantagens – como o tempo de implantação extremamente rápido, contabilizado muitas vezes em semanas. Obviamente que a velocidade é um atrativo – que garante também um custo dentro do orçamento.
Outro ponto é que a nuvem pública oferece um modelo pré-pago, ou seja: você pode migrar já com uma visão clara de custos, pagando apenas pela capacidade computacional a ser utilizada, sem surpresas, em teoria. Além disso, toda a atualização da infraestrutura fica por conta do provedor da nuvem, o que é um benefício quando se trata de equipes mais enxutas.
Mas, para todo bônus, existe também um ônus. A personalização desse tipo de ambiente é limitada. Sendo um ambiente multilocatário, a possibilidade de flexibilização é bem pequena. Isso significa que vários processos de negócios precisam se adaptar às limitações da nuvem. O que nos leva a possível reformulação de demandas existentes para se alinhar ao padrão da nuvem. Com isso, claro, também chegamos à conclusão de que uma vez que um determinado provedor de nuvem seja escolhido, não é tão simples migrar para outro – caso, por exemplo, os preços tenham um aumento expressivo.
Ainda como ponto de reflexão, existe a questão de que o controle de segurança e conformidade fica exclusivamente nas mãos do fornecedor. Para que você também possa controlar esses aspectos, será preciso contar com soluções de segurança para a nuvem e garantia do compliance – ou seja, um item que será preciso adicionar ao orçamento.
Nuvem privada: controle total do ambiente
A opção de partir para a nuvem privada, seja local ou hospedada em um data center de terceiros, garante mais liberdade na personalização para um ambiente complexo como o exigido pelo S/4HANA. Como no caso da nuvem pública, é possível ter controle total do provisionamento orçamentário, com a mensuração prévia da capacidade computacional que será necessária.
A nuvem privada também garante o controle total do ambiente e das configurações do sistema, incluindo aspectos de segurança, conformidade e latência. A escalabilidade também é possível – tal qual no ambiente de nuvem pública – é possível trabalhar com cargas de trabalho dinâmicas ou flutuantes.
Em compensação, o custo inicial de implantação da nuvem privada é mais alto, e é preciso haver um gerenciamento e atualização contínuos, exigindo recursos de TI internos dedicados e qualificados – o que não é muito fácil hoje em dia. Aliás, a falta de mão de obra técnica segue sendo um entrave para muitos projetos.
O cronograma de implantação também pode se estender mais do que o previsto. Embora a nuvem pública ofereça uma implantação rápida, a implementação em ambiente privado pode se estender devido à complexidade de personalização e configuração.
Lidando com a complexidade de migração
Para cenários de migração mais simples, uma abordagem lift-and-shift para a nuvem pública é o caminho mais simples. A simplicidade e velocidade de implantação vão ao encontro de ambientes ERP menos complexos.
Entretanto, empresas que precisam fazer um número alto de personalizações, ou com necessidades específicas de desempenho, devem considerar a opção da nuvem privada. Essa opção também inclui a capacidade de ajustar configurações para corresponder a fluxos de trabalho mais complexos.
Além, claro, de escolher a opção tecnológica, também é importante contar com a orientação consultiva de especialistas imparciais em migração SAP. Especialistas podem fornecer insights sobre as necessidades específicas da empresa, ajudando a alinhar a estratégia de migração com os objetivos comerciais do negócio.
O cenário da migração SAP para a nuvem é desafiador em qualquer circunstância. É preciso pesar com cuidado vantagens e desvantagens, infraestrutura bem como objetivos futuros do negócio. Seja qual for a escolha, esse planejamento precisa começar agora e, de preferência, acompanhado de orientação especializada – dois aspectos fundamentais para que essa transição não se torne uma dor de cabeça para o TI e para os gestores de negócio.
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ALAN COSTA SILVA
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