As Paraolimpíadas de Paris 2024 se destacaram como um exemplo notável de como a tecnologia pode auxiliar pessoas com deficiência. O evento investiu fortemente em inovações que promovem acessibilidade, como aplicativos de navegação por GPS, beacons Bluetooth e sistemas de audiodescrição. Essas soluções buscaram proporcionar uma experiência inclusiva para atletas e visitantes, demonstrando o potencial da tecnologia em transformar a mobilidade e a inclusão física.
Enquanto isso, no Brasil, a acessibilidade digital ainda enfrenta desafios significativos. Uma pesquisa recente realizada pela BigDataCorp, em parceria com o Movimento Web para Todos, revelou que apenas 2,9% dos sites brasileiros passaram nos testes de acessibilidade em 2024, uma redução em relação ao ano anterior. Essa queda acende um alerta para a necessidade urgente de atenção ao tema, visto que a inclusão digital é tão crucial.
Simone Freire, organizadora do Movimento Web Para Todos, alerta que a acessibilidade digital deve ser tratada com a mesma prioridade das questões físicas. “Os desenvolvedores e empresas precisam considerar as barreiras tecnológicas desde a concepção dos sites e plataformas digitais. Sem essa abordagem, milhões de brasileiros continuam excluídos de uma navegação plena na internet”, comenta.
A cidade de Paris, também vem investindo grandemente na acessibilidade física, modernizando sua infraestrutura de transporte público, com um plano de €20 bilhões para tornar suas estações de metrô acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida. Durante a abertura dos Jogos Paralímpicos de 2024, Valérie Pécresse, presidente do Conselho da Região Metropolitana, destacou essa iniciativa como um marco importante para a inclusão, ressaltando o papel crucial da tecnologia na transformação urbana.
Os aplicativos e mapas digitais utilizados durante o evento também se destacaram como soluções eficazes para garantir mobilidade e autonomia para todos. Segundo Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, essa mesma inovação poderia ser aplicada no ambiente digital globalmente. “Os resultados da pesquisa no Brasil mostram a urgência de melhorias nos sites para que possam atender a todos os usuários, sem exceção”, afirma.
Inspirando-se nos avanços observados em Paris, o Brasil tem a oportunidade de adotar diretrizes internacionais de acessibilidade digital para melhorar a experiência online de milhões de pessoas com deficiência. “A inclusão, tanto no ambiente físico quanto no digital, é uma questão de justiça social e precisa ser priorizada”, conclui Simone Freire.
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