O clima estava estranho na abertura do Web Summit Lisboa 2023. Uma postagem polêmica do Paddy Cosgrave, cofundador e, agora, ex-CEO, levou o evento a sofrer baixas de grandes patrocinadores, como Google, Meta, Amazon e outros. Após Paddy pedir demissão e desculpas, Katherine Maher assumiu o seu lugar.
No discurso da abertura, Katherine trouxe com uma mensagem muito bem construída para apaziguar a crise, conseguindo passá-la de forma muito autêntica e sincera, com um posicionamento de que devemos zelar pela liberdade de expressão, mas sem esquecer do peso que as palavras carregam.
Rapidamente o clima pesado se dissipou e o evento, que estava nos holofotes por uma questão externa, logo se transformou em uma experiência imersiva, focado em discutir como a tecnologia está transformando e, principalmente, irá transformar o planeta. Foram três dias para esquecer os grandes problemas atuais do mundo e pensar no futuro.
Diversos temas foram abordados, como: sustentabilidade, diversidade, Web3, segurança cibernética, o futuro do trabalho e o empreendedorismo. Mas o tema que realmente dominou o evento, que contou com mais de 70 mil participantes e 300 palestrantes, foi a Inteligência Artificial. Foram dezenas de palestras, mesas redondas, showcases e expositores tratando das inúmeras aplicações onde a IA já está sendo utilizada, as possíveis áreas que poderão ser impactadas em breve e suas consequências.
Algumas das palestras começavam com o questionamento “A inteligência artificial vai tomar o seu emprego?”, e a conclusão era sempre a mesma, de que a IA veio para diminuir as tarefas repetitivas do dia a dia para podermos focar nas habilidades que só um ser humano pode ter. Olhando por esta lente, essa tecnologia está vindo para deixar os ambientes de trabalho ainda mais humanizados.
A frase dita por Simone Berry, CEO da POCLab, resume bem a mensagem: “Nós precisamos parar de falar sobre a IA vindo para tomar nossos empregos. Na verdade ela está vindo para trazer o nosso tempo de volta.”
Mas é claro, assim como todas as outras revoluções tecnológicas, precisaremos de adaptabilidade e estarmos abertos a aprender novas habilidades para não ficarmos para trás. Acelerando uma tendência já consolidada, as soft skills serão ainda mais valorizadas em um mundo cercado por IA. Cassie Kozyrkov, CEO da Data Scientific, elencou a tomada de decisões, criatividade, comunicação, colaboração e a confiança como algumas das principais competências do futuro.
Em algumas das palestras que abordaram a comunicação corporativa, a principal questão levantada era como conseguiremos manter a nossa mensagem relevante para o público-alvo, seja externo ou interno, em meio a tanto conteúdo. Aqui os pontos de consenso foram na construção de uma comunicação com autenticidade e significado.
Após três dias de muitas palestras, apresentações comerciais e conversas com pessoas de todo o mundo, percebemos que o Web Summit é realmente muito mais do que um evento. É uma experiência imersiva de muita troca de conhecimento para nos auxiliar a navegar no futuro.
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